
quinta-feira, 15 de junho de 2017
IMPACTO DOS MALES DOS TRANSPORTES NO SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE

COMPRIMENTO DE NORMAS DE CONFORTO DOS PASSAGEIROS
Apesar de cada veículo ter uma lotação determinada,
esta é sistematicamente ultrapassada, quer seja por irem mais pessoas sentadas
do que seria suposto, quer por irem alguns passageiros junto da porta de acesso
do veículo onde não existe um espaço próprio para que isso aconteça.
O conforto também tem um custo. Quanto mais
passageiros forem transportados numa viatura, menor o custo por passageiro - mas
também menor é o nível do conforto. Em termos de proporção de passageiros
sentados e de pé e do número máximo de passageiros de pé numa viatura com uma
certa dimensão, o conforto deve ser especificado depois de se tomar em consideração
o custo. Do mesmo modo, um maior espaço entre os assentos aumenta o conforto, mas
reduz a capacidade. Os assentos estofados confortáveis têm um custo mais
elevado e a sua manutenção é mais difícil. O ar condicionado aumenta
significativamente o conforto num clima quente, mas a um custo substancialmente
elevado. Todos estes factores devem ser tomados em linha de conta. Tal como se
analisou, pode ser viável oferecer diferentes níveis de serviços com diferentes
níveis de conforto a preços devidamente diferenciados.
COMPRIMENTO DE NORMAS DE HIGIENIZAÇÃO DOS MEIOS
Normalmente não tem havido higiene dentro dos chapas
e isso é provocado primeiro pela falta de cultura de higiene por parte dos passageiros
assim como os proprietários do meio; a falta de inspecção por parte do conselho
municipal para garantir que a postura municipal é zelada dentro dos chapas.
Não obstante, a única campanha de higiene e saúde
existente é do serviço nacional de saúde. Tem difundido mensagens para que o passageiro
tenha que sempre garantir que as janelas estejam abertas quando estiver no
chapa para evitar doenças como tuberculose.
COMPRIMENTO DE NORMAS DE SEGURANÇA
Os “chapas” são provavelmente o elemento mais
perigoso das estradas da cidade de Maputo. Os seus condutores circulam a
velocidades elevadas quando as vias estão desimpedidas, fazem frequentemente
manobras perigosas para irem alcançar um passageiro na berma da estrada, etc.
São frequentes os atropelamentos de transeuntes por “chapas” ou quedas de
passageiros. Mais recentemente, devido ao aumento do preço da gasolina e a
correspondente diminuição do lucro, os condutores viram-se na necessidade de conduzir
mais horas, aumentando assim os seus índices de fadiga e, por consequência, a probabilidade
de ocorrerem acidentes. O estado de manutenção dos veículos e a sua sobrelotação
também aumentam a taxa de mortalidade em caso de acidente;
A segurança é igualmente importante mas, mais uma
vez, os padrões definidos afectam o custo do serviço. Na prática, devem ser
feitas algumas concessões. Por exemplo, se por razões de segurança todos os
passageiros tiverem que estar sentados e usar o cinto de segurança, serão
necessárias muito mais viaturas e a sua capacidade será muito mais reduzida do
que nas situações em que se pode transportar passageiros de pé. Isto irá
aumentar os custos de maneira substancial, e em muitas cidades a necessidade de
os autocarros transportarem passageiros de pé é aceite, muito embora esta
situação aumente o risco de ferimentos na eventualidade da ocorrência de um
acidente. Numa cidade como Maputo, os padrões básicos de segurança devem impor
que os travões, direcção, luzes e pneus estejam em bom estado e a realização de
vistorias periódicas deve garantir que se obedeça a esses padrões.
COMBOIO
A procura do transporte ferroviário de passageiros
tende a crescer nos últimos tempos. O CFM tem vindo a envidar esforços
tendentes a dar resposta a esta procura, contribuindo para minorar a angústia e
o sofrimento de milhares de cidadãos que diariamente procuram este serviço.

O transporte ferroviário
urbano não tem actualmente dimensão relevante na resolução dos problemas da
cidade. A sua utilização é residual, principalmente nas horas mais
movimentadas, uma vez que o funcionamento destes veículos dá pouca cobertura
durante as horas de ponta, das 6h às 8h30 e das 18h às 20h. Para mais, cada
veículo tem uma capacidade reduzida; uma automotora equivale, aproximadamente,
a menos de dois autocarros, ou nove mini-bus ou ainda cinco midi-bus. Se a isto
se juntar o facto de a ocupação ser cerca de 50%, pode concluir-se que o
impacto de cada automotora em circulação equivale a um único autocarro.
TÁXIS
Em Maputo os táxis tomam duas formas: os convencionais
carros, com quatro lugares disponíveis, e as "chopela", veículos a
motor similares a riquexós, e que apenas podem transportar 2 passageiros. Os
"chopelas" cobram um preço inferior aos táxis convencionais, mas
também atingem velocidades menores e não podem circular nas Estradas Nacionais.
Num táxi, para uma viagem de curta distância custa no mínimo 100 meticais, ou seja, 20 vezes o preço base de uma viagem de chapa ou de TPM. Uma viagem longa, por exemplo de Maputo a Matola, pode custar até 300 Meticais, enquanto um chapa cobra 7,00 meticais (40 vezes menos).
Apesar de
poder ter alguma expressão em Maputo, esta discrepância de preços faz com que o
táxi seja uma forma de transporte vocacionada exclusivamente para servir pessoas
com posses bem acima da média moçambicana, as quais não são o público-alvo definido
anteriormente.
Pode inclusivamente dizer-se que o táxi não concorre
nem com o chapa nem com os TPM. A diferença de preços é de tal ordem que, na
grande maioria das vezes, quem utiliza os meios de transporte colectivos não
tem possibilidade financeiras para recorrer ao táxi. Por outro lado, quem tem
meios para usar com alguma frequência o táxi, dificilmente se sujeitará às condições
actuais do serviço dos transportes colectivos.
MY-LOVE
O aumento da população e
da circulação de veículos na cidade de Maputo tem resultado numa crise de
transportes que se acentua dia após dia, com longas filas de trânsito e de
espera nas horas de ponta.

O sistema de transporte
público em Maputo é bastante deficiente. Devido à frota limitada de veículos e
às condições precárias das vias de acesso, a TPM, empresa pública que explora o
transporte urbano na região metropolitana de Maputo, não consegue atender a
necessidade de muitos bairros.
CHAPAS
O funcionamento das rotas dos chapas é regulada pela
autarquia com aprovação das associações de transportadores. Estas rotas são
bastantes idênticas às dos TPM. No entanto, têm um conjunto de origens mais diversificado,
havendo rotas com origens em Benfica, Praça dos Combatentes/Xiquilene, Xipamanine.
As diferentes rotas seguem o esquema de cores apresentado abaixo:




Existe ainda um percurso que liga Benfica à Praça dos Combatentes, através das Avenidas Lurdes Mutola e Julius Nyerere.

TPM


TRANSPORTE DE PASSAGEIROS NA CIDADE DE MAPUTO
O sector dos transportes tem um papel determinante
nas sociedades contemporâneas influenciando a vida das populações de forma
tanto directa como indirecta.
Os serviços de transporte de passageiros são vitais
ao crescimento económico e ao desenvolvimento. Estes transportes constituem a
opção para a maior parte da população residente ou com actividades na cidade de
Maputo.
O sector privado é, actualmente, o maior provedor de
serviços de transporte rodoviário público. Utentes, conselho municipal,
transportadores e chapeiros são os principais intervenientes no sector de
transporte público na cidade de Maputo. O minibus de 15 lugares,
autocarros de 25 lugares, carrinhas de caixa aberta (My Love) e
autocarros da empresa pública Transportes Públicos de Maputo (TPM) assim como
outros autocarros da FEMATRO, o comboio através da CFM e os outros privados
usando Taxis e os vulgos Tchopelas são os tipos de veículos que efectuam o
transporte público de pessoas na cidade de Maputo.
A falta de transporte público, o aumento do número
de viaturas em circulação e de acidentes rodoviários (perda de vidas humanas ou
ferimentos contraídos e perda de bens) influencia negativamente a produtividade
e o bem-estar dos munícipes na capital do país. Mais viaturas em circulação
representam inúmeros desafios, tais como a poluição sonora e do ar, e o
congestionamento nas vias públicas.
Os transportadores reclamam que as tarifas fixadas
pelas autoridades municipais não asseguram uma rentabilidade aceitável,
constituindo um desincentivo à formalização e investimento no sector. Por outro
lado, para as classes de baixa renda, para quem os transportes públicos são a única
alternativa disponível, os custos de transporte representam um importante peso
nas despesas familiares e, portanto, são muito sensíveis a quaisquer variações
nas tarifas.
Afectando transportadores, transportados, chapeiros,
pedestres e outros automobilistas a sobrelotação e má condição dos veículos, a
condução perigosa dos motoristas que são responsabilizados pela maioria dos
acidentes de viação na cidade, são problemas indicados e que afectam os
intervenientes e a população urbana em geral.
A pressão da procura de transportes leva as
autoridades, especificamente para este sector, a autorizar a operação de
veículos não-licenciados nas horas de ponta e a conceder um subsídio para
compensar a subida dos preços de combustível sem aumentar a tarifa fixada.
O crescimento populacional e consequente aumento das
necessidades de transportes dos habitantes da cidade e da população flutuante
colocam desafios ao município. Segundo o INE, a população da cidade de Maputo
está estimada em 1,2 milhões de pessoas em 2014 e projecta-se que atinja 1,6
milhões de pessoas em 2040, ou seja um incremento em cerca de um terço.
Os serviços de transporte de passageiros nas
principais cidades de Moçambique são prestados essencialmente por pequenos
operadores do sector privado que utilizam viaturas conhecidas por chapas,
na sua maioria mini autocarros de 15 lugares, e um menor número de veículos de
25 e ou mais lugares. Tal como em muitas metrópoles africanas, o problema da
mobilidade dos cidadãos mais carenciados foi resolvido através da utilização em
massa de mini-bus operados por um sector privado informal.
A origem dos “chapas” está directamente ligada ao
declínio da empresa pública de transportes do Município de Maputo. No anos
oitenta, a deterioração da frota automóvel dos TPM e a redução do suporte
financeiro do Estado à empresa criaram um vazio de oferta. Simultaneamente
assistia-se a um aumento da procura, resultado do crescimento populacional na
região.
Os TPMs operam autocarros convencionais de maior
dimensão, mas a parte do mercado que cabe a estes operadores é reduzida.
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